Imposto de Renda

Imposto de Renda 2024: Investidores e o Tributo “Dedo Duro”

Imposto de Renda 2024: Investidores e o Tributo “Dedo Duro”

12/03/2024

À medida que o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2024 se aproxima, é essencial que os investidores se atentem às nuances da tributação sobre renda variável para evitar o risco de cair na malha fina. Esse risco se intensifica principalmente devido à falta de atenção ao chamado imposto "dedo-duro", um mecanismo pouco discutido, mas crucial na declaração de investimentos em ações, ETFs (fundos de índices) e FIIs (fundos de investimento imobiliário).

O imposto "dedo-duro", oficialmente conhecido como Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para operações de renda variável, é coletado pelas corretoras a cada operação tributável realizada pelo investidor. Este imposto, embora tenha uma alíquota de valor simbólico (0,005% sobre operações de swing trade e 1% sobre o lucro de operações de day trade), serve como um indicativo para a Receita Federal das atividades de investimento do contribuinte. Portanto, seu papel vai além de uma simples antecipação do tributo, atuando como uma ferramenta de controle e monitoramento das operações financeiras.

Importante destacar, conforme o Guia de Perguntas e Respostas do Imposto de Renda da Receita Federal, que os ganhos líquidos em operações em Bolsas de Valores, mercadorias, futuros e assemelhadas, estão sujeitos à tributação com alíquotas de 20% para day trade e 15% para outras operações. Existe, contudo, uma isenção para ganhos líquidos em vendas de ações que não excedam R$ 20 mil por mês, mas ultrapassando esse valor, a tributação é integral.

Para a declaração correta do imposto "dedo-duro", o investidor deve pagar mensalmente o tributo devido através de um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), utilizando o código 6015, e registrar esse pagamento na declaração anual de Imposto de Renda. Além disso, é crucial manter os comprovantes dessas operações, pois eles são a prova das atividades realizadas e ajudam a evitar problemas com a Receita Federal.

A declaração minuciosa e precisa dessas operações na seção "Renda Variável" da declaração de Imposto de Renda é fundamental. O investidor deve informar tanto os valores dos ganhos líquidos quanto os pequenos montantes pagos pelo imposto "dedo-duro". A atenção a esses detalhes é o que diferencia os contribuintes prudentes dos que acabam enfrentando o transtorno da malha fina.

Neste contexto, a conscientização e a educação financeira são ferramentas valiosas para os investidores. Compreender a importância do imposto "dedo-duro" e seguir as diretrizes estabelecidas pela Receita Federal são passos essenciais para manter a conformidade fiscal e, ao mesmo tempo, maximizar os rendimentos de investimentos em renda variável.

 

Fonte: BEATRIZ ROCHA. Imposto de Renda 2024: o tributo “dedo duro” que pode te levar à malha fina. EInvestidor, Estadão, 07 mar. 2024. Disponível em: https://einvestidor.estadao.com.br/educacao-financeira/imposto-de-renda-2024-tributo-dedo-duro-malha-fina/. Acesso em: 10 mar. 2024.

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