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Taxa Selic: Abaixo de 7% ao Ano pela Primeira Vez na História

Taxa Selic: Abaixo de 7% ao Ano pela Primeira Vez na História

16/02/2018

O Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia 11 vezes seguidas, culminando na redução em 0,25 ponto percentual, de 7% para 6,75% ao ano, por unanimidade, pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão não surpreendeu os analistas financeiros. 

Com esta redução, a Selic se mantém no menor nível da série histórica do Banco Central, que teve início em 1986. A taxa foi mantida em 7,25% ao ano de outubro de 2012 a abril de 2013, sendo posteriormente reajustada de forma gradual até atingir 14,25% ao ano em julho de 2015. O Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia em outubro de 2016 até que a taxa atingisse 7% ao ano em dezembro de 2017, o nível mais baixo até então.

Caso as condições econômicas não mudem, o Copom indicou em nota que parará de cortar os juros no fim de março. O BC, no entanto, informou que, caso haja um cenário positivo, com a aprovação das reformas estruturais pelo Congresso e a continuidade do crescimento da economia, com inflação sob controle e sem choques internacionais, a Selic poderá ser reduzida novamente.

O comunicado do Copom destaca: “Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos.”

Apesar do corte, o Banco Central está desacelerando a política monetária. De abril a setembro, o Copom havia reduzido a Selic em 1 ponto percentual. O ritmo de corte caiu para 0,75 em outubro, 0,5 em dezembro e 0,25 em sua última reunião.

Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a Selic é a principal ferramenta do Banco Central para manter a inflação oficial sob controle. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA fechou 2017 em 2,95%, ligeiramente abaixo do piso da meta de inflação de 3%.

Até 2016, a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) era de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para 2017 e 2018, a margem de tolerância foi reduzida para 1,5 ponto percentual. Assim, a inflação não poderá ultrapassar 6% e nem ficar abaixo de 3% em 2018.

Sobre a Inflação

O Banco Central divulgou no fim de dezembro o Relatório de Inflação, que estima que o IPCA encerrará 2018 em 4,2%. Já o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,94%, apesar dos aumentos recentes nos preços dos combustíveis.

Até agosto de 2016, vários fatores contribuíram para a manutenção dos índices de preços em níveis altos, como o impacto de preços administrados (como a elevação de tarifas públicas) e dos preços de alimentos, como feijão e leite. Todavia, do fim de 2016 ao fim de 2017, a inflação começou a cair devido à recessão econômica, à queda do dólar e à supersafra de alimentos. Nos últimos meses, no entanto, os índices voltaram a subir graças aos sucessivos reajustes dos combustíveis e à retomada de crescimento nos preços dos alimentos.

Selic Baixa: Crédito Mais Barato

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e estimulam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. De acordo com o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2,7% em 2018. A estimativa está superior à do último Relatório de Inflação, divulgado em dezembro, no qual o BC projetava crescimento da economia de 2,6% este ano.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao aumentá-la, o Banco Central impede o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Com a redução dos juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Fonte: www.contabeis.com.br

Adaptado por: PLUS Contábil