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Você Sabe o Que é Inflação e Seus Impactos Sobre Salários e Investimentos?

Você Sabe o Que é Inflação e Seus Impactos Sobre Salários e Investimentos?

03/09/2021

Infelizmente, todo mundo tem noção do que significa a inflação, especialmente os mais experientes, que viveram na pele seus altos níveis no passado, com destaque para as décadas de 80 e 90, que registraram níveis acima de 80% ao mês (pasmem!).

Seja você mais ou menos experiente, é importante entender como a inflação impacta os salários e os investimentos. Para ficar bem claro, inflação é o aumento geral e persistente dos preços de produtos e serviços ao longo do tempo. Com o encarecimento contínuo, especialmente de alimentos, habitação, transporte e educação, pode ocorrer a redução do poder de compra da população se o salário não for corrigido ao patamar mínimo dos índices de inflação, calculados por órgãos públicos e privados. Contrariamente, ao mesmo tempo que corrói o poder aquisitivo, a inflação pode aumentar os rendimentos de quem poupa.

Como a inflação afeta seu dia a dia?

A inflação ocorre quando há alta generalizada e persistente nos preços dos produtos e serviços que as pessoas mais consomem, ou seja, itens essenciais e insubstituíveis para a população. Certos produtos em especial, como a gasolina, são capazes de pressionar a inflação. Como a gasolina é insubstituível, ela afeta os preços de outros produtos essenciais através do encarecimento do transporte.

Com itens de várias categorias mais caros, as opções diminuem e as pessoas passam a gastar mais para manter o consumo ou simplesmente deixam de comprar, podendo levar a uma redução da atividade econômica e até uma crise.

Vale ressaltar que o aumento pontual nos preços durante um curto período não configura uma pressão inflacionária, mas sim a durabilidade dessa alta. Basta comparar o quanto se comprava com R$ 100 há 10 anos e o quanto se pode comprar agora. Esse aumento perene dos preços é inflação.

Como a inflação afeta a economia?

O crescimento descontrolado da inflação impacta toda a economia de um país. A hiperinflação brasileira ao fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990 empobreceu a população e quebrou empresas.

A primeira vítima da inflação descontrolada é o cidadão, que empobrece. Em seguida, a redução do consumo por conta do empobrecimento afeta as empresas, que vendem menos. A próxima etapa é a redução dos investimentos no setor produtivo, que reduz os empregos e a renda da população.

Por que seria importante aumentar os salários diante do aumento da inflação?

Para empobrecer, basta que, ao longo do tempo, o salário do trabalhador não cresça. A inflação tem um movimento natural de crescimento constante, e um governo pode tentar controlá-la, mas não revertê-la. A deflação, ou seja, a redução dos preços gerais, também é negativa, pois quase sempre acompanha estagnação ou crescimento negativo, com destruição de Produto Interno Bruto, o que configura crise econômica.

Assim sendo, é preciso que o rendimento das pessoas aumente pelo menos ao patamar da inflação para que elas mantenham seu poder de compra. No Brasil, o poder de compra está diretamente atrelado ao valor do salário mínimo, cuja valorização anual tem a função de repor a perda da inflação.

Como a inflação afeta os investimentos?

A rentabilidade do investimento é afetada pela inflação. Conforme o tipo de investimento, ele pode ser beneficiado ou não pelo aumento dos preços, mas a maior parte dos investimentos se favorece da alta nos preços.

O IPCA e o IGP-M, que são os índices mais usados para calcular a inflação, são usados como indicadores em muitos investimentos do tipo renda fixa. Quanto mais esses índices sobem, mais os investimentos de renda fixa se valorizam, pois seu rendimento é condicionado à Selic, taxa básica de juros utilizada para conter os preços quando o Banco Central identifica tendência de alta para a inflação.

Como a inflação no Brasil é algo que só cresce, os investimentos em renda fixa são quase sempre seguros e só terão rentabilidade negativa diante de taxas de administração muito altas praticadas pelas corretoras. São os queridinhos dos investidores de perfil conservador.

Quem quer arriscar ganhos maiores, acima da inflação, abre mão dos investimentos de renda fixa e recorre a ações e outros investimentos mais arrojados, que funcionam sem relação direta com os índices de preço.

Como saber se um investimento é bom?

Através do cálculo da rentabilidade real do investimento. Primeiramente, é importante conhecer o conceito de rentabilidade nominal, que é a que as instituições que ofertam produtos de investimentos normalmente anunciam por apresentar números mais atraentes. Porém, esse valor anunciado não é o que o investidor vai embolsar, de fato, ao fim do contrato. A rentabilidade nominal é apenas o ganho bruto, que ainda não sofreu nenhum tipo de desconto.

A primeira conta que se faz depois de saber a rentabilidade bruta do investimento é sobre o valor que deve ser pago de taxas e impostos. Esse cálculo vai gerar a rentabilidade líquida, que ainda não é a que o investidor vai levar para casa. Depois de saber a rentabilidade líquida, é descontada a inflação do período, para, enfim, ter a rentabilidade real do investimento.

Ainda que o investimento não seja superior à inflação, ele ainda pode ser importante. Isso porque a inflação, como se sabe, corrói o valor do dinheiro a cada dia que passa. Se o investimento garantir ao menos a reposição da taxa de inflação do período já é mais interessante do que manter o dinheiro parado em uma conta-corrente, sem rendimento nenhum.

Quais investimentos estão atrelados à inflação?

O Tesouro IPCA+ é um título público que paga o valor do IPCA mais uma taxa prefixada. Esse tipo de investimento garante que o investidor evite a perda de poder de compra e ainda ganhe algo a mais. Falando de títulos privados, aplicações em CDBs e letras de crédito, como LCI e LCA, também estão atreladas à inflação e têm rendimentos calculados em cima do IPCA.

O IPCA não é o único índice capaz de medir a inflação. O IGP-M também o faz e é usado para calcular, principalmente, reajustes no setor imobiliário. Por isso, fundos imobiliários ou mesmo investimentos diretos em imóveis para locação estão atrelados a esse índice.

Todos esses investimentos são de renda fixa e, por estarem ligados ao aumento de preços, protegem o dinheiro do investidor da desvalorização, e ainda podem render um valor extra.

Mas também existe opção na renda variável. É o caso das ações de empresas que repassam a inflação. Organizações do setor de utilidade pública, como de serviços de energia e água, além das empresas de bens de consumo, conseguem repassar a correção da inflação, além de outros ganhos, a quem compra suas ações. Isso acontece porque seus preços são ajustados pelo IPCA para o consumidor final e esse ganho é incluído na rentabilidade dos papéis.

Qual a relação entre a caderneta de poupança e a inflação?

O rendimento da poupança depende da taxa Selic, que é usada pelo Governo Federal para tentar controlar a inflação. Portanto, sua rentabilidade também está relacionada aos índices de inflação.

A poupança tem dois tipos de rendimento possíveis. Para momentos em que a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a conta que deve ser feita para calcular a rentabilidade do investimento é 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). Com a Selic acima de 8,5%, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado mais a TR.

 

Fonte: CNN Brasil

Adaptado por: PLUS Contábil

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